quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Começando mais uma vez com isso...

Ok, eu havia escrito por mais de uma hora e meia provavelmente, mas tive a proeza de apagar não sei como, mas tudo bem... Eu escrevo mais uma vez, não vai sair igual é claro, mas espero que eu consiga terminar de digitar com a sensação gratificante de ter conseguido botar em palavras, meus pensamentos...Vamos lá então!

Eu já tive Blog antes, tanto individual, quanto coletivo... Mas após a invasão do Orkut, eu acredito que os Blogs perderam um pouco o espaço na Internet ( Aliás, isso é muito estranho de pensar, pois não existe um espaço na verdade, é tudo virtual, mas continuando ) , e eu percebi agora que o blog é o jeito mais fiel de se conhecer alguém ‘de verdade na internet’, eu digo isso pois para escrever em um blog, você precisa criar seu próprio texto, falar sobre você de verdade, com suas palavras. No Orkut, isso é muito rato, pois você ‘conhece’ alguém no Orkut a julgar pelas comunidades da pessoa, só que isso é facilmente manipulável, resumindo, é fácil de mentir no Blog também, mas dá muito mais trabalho, então eu considero um espaço mais Verdadeiro para se conhecer pessoas, ah, eu uso Orkut claro, mas prefiro usar ele para Reencontrar pessoas ao invés de conhece-las.

Mas o objetivo principal desse Blog não é necessariamente conhecer pessoas, expor minhas idéias... Meu Objetivo maior é fazer uso dessa ferramenta como forma de registrar o passado.

Fotos registram imagens, lugares, pessoas... Textos registram pensamentos, sentimentos, coisas mais abstratas... Pretendo olhar para meu blog em alguns anos, e refletir sobre o que pensava na época... Se eu estava certo ou errado... Enfim, não é por ser algo com esse objetivo, que eu não quero vocês opinando a respeito, ou interagindo... Todos são bem vindos para conversas...

Após esse Prólogo, uma introdução seria algo bom a se fazer, mas vou deixar a subjetividade pro final do Post, e usarei esse momento único pra me apresentar de verdade pra vocês.

Meu nome é Caio, tenho 20 anos, atualmente faço Cursinho e moro em Ribeirão Preto – SP.
Desses 20 anos, eu considero os 5 ultimos, como os mais importantes, pois foram os anos em que me deparei com situações inesperadas ( outras esperadas ) e pude então forjar meus pensamentos para a idade adulta... Nesses 5 anos, eu saí da escolha que me acolheu durante a infância, e me vi convivendo com pessoas que tiveram uma base totalmente diferente da minha.
Eu estudei minha infância inteira, em uma escola pequena, de classe média em minha cidade, e essa escola sempre teve um enfoque muito grande em questões humanizadas.

Desde pequeno, essa escola nos colocava com temáticas como o regime militar, lutas por liberdade, problemáticas ambientais , sociais como o drama dos Nordestinos com a seca, questões de arte como o estudo de grandes pintores da humanidade como Portinari, Da Vinci e Miró ( Nome que Batiza a escola, por sinal ) , sempre tivemos um enfoque também no teatro e artes cênico-circenses . Nas matérias mais didáticas propriamente ditas, na Geografia o enfoque sempre foi Geo-politico, e em Português, o enfoque era em Literatura, Interpretação e Criação de textos.

Lógico que com tamanho enfoque nas humanas, as exatas foram prejudicadas, e por conta disso, minha matemática deixa a desejar.

Em 2002, cursando a sétima série, saí dessa primeira escola, e fui estudar num colégio católico, e apesar de ser Pagão, foi um ano extremamente importante, pois se tratava de um colégio muito maior comparado com o que eu estava acostumado.

É fácil ilustrar isso, na minha primeira escola, havia apenas uma sala da minha série, com 20 alunos ao passo que nesse outro colégio, haviam 5 salas para minha série, cada uma com cerca de 40 alunos... 200 pessoas. Como eu disse, não sou bom de matemática, mas façam as contas e vocês perceberão a porcentagem que isso representa.

Esse colégio já apresentava uma classe econômica diferente, eram pessoas mais simples no geral, mas com exceções, claro. Em 2003, eu me formei na oitava série e em 2004 é que começam os últimos 5 anos da minha vida.

No colegial, passei a estudar em uma escola que tem um sistema de ensino e um perfil de alunos que, em geral, é a antítese da minha primeira escola. Este novo colégio também retoma o status econômico do colégio de minha infância, ou seja, classe média alta em sua grande maioria, porém , um perfil de pessoas totalmente diferente.

Para ilustrar isso, outra situação verídica : Na minha quinta série, tanto eu quanto meus colegas da época estávamos preocupados com temáticas sociais como reciclagem, políticas, teatros, e coisas do tipo, a medida que a mesma geração de quinta série dessa escola do meu colegial, estava preocupada com festas, ‘ficar com todas as meninas’, beber... E essas pessoas, se tornaram meus colegas de sala durante o Colegial. Conflitante , não ?

2004, 2005 e parte de 2006: convivi com essas pessoas, e depois de um certo tempo, eu também estava com o mesmo tipo de preocupação deles... Também comecei a ir em micaretas e me preocupar com ‘pegar todas’, também passei a beber quase todos os dias, mas não me sentia confortável com tal situação, e ao decorrer da apresentação, acredito que vocês entenderão o motivo... Ah, vale lembrar que sou grato por esses anos, pois eles me proporcionaram uma vivência e uma malícia de mundo, algo que as outras escolas não puderam me ensinar...

Metade de 2006 : Chega finalmente algo pelo qual me preparei a minha vida inteira. Meus pais pertencem à um clube de filantropia conhecido por promover intercâmbio cultural, então desde pequeno convivi com pessoas do mundo inteiro em minha casa, e nesse momento, chega a minha vez de ‘conquistar’ parte deste mundo. A Psicologia Intercultural diz que todos nós estamos sob influencia da nossa Cidade Natal, ou seja, somos conhecidos por sermos filhos de alguém, primos de fulano, amigos de siclano, estudantes da escola X, moradores do Bairro Y, e que todos esses rótulos desaparecem quando você muda pra algum país onde ninguém te conhece. Sabem o que sobra? A sua verdadeira essência.

Morei 10 meses no Canadá, mais precisamente em Winnipeg – MB , e foram os 10 melhores meses da minha vida ‘so far’. Me senti muito confortável com quem realmente sou, me diverti muito, aproveitei muito, aprendi muito, e conheci muitas pessoas do mundo, todos de classe média também, mas todos com ideais, pessoas que tem a maturidade pra sair de casa e ir a outro País.

Falando em maturidade, o grande marco da idade adulta em nossa sociedade, é completar os 18 anos. Você já pode beber, dirigir automóveis, ir preso, etc . Eu completei os 18 anos no Canadá, e acredito que se eu tivesse completado no Brasil, não me sentiria tão ‘adulto’ quanto me senti na época.

Em julho de 2007 eu voltei, e temendo a tristeza e o saudosismo que o ócio poderia me trazer, comecei a trabalhar. Em minha cidade, a maioria das pessoas jovens que começam a trabalhar, passam pelo setor de telemarketing, e comigo não foi diferente. Quando trabalhei no ramo, conheci um grupo novo de pessoas, pessoas que eu nunca havia convivido antes. Diferente da minha realidade, a maioria dos meus colegas de trabalho, estavam lá pois precisavam do dinheiro de verdade, seja pra sustentar um filho, uma casa, ou até mesmo o que Maslo colocaria na base de sua pirâmide.

Após alguns breves meses, consegui um estágio num Hotel, e basicamente o perfil dos meus novos colegas de trabalho, se assemelhavam com o perfil dos outros colegas de trabalho, ou seja, pessoas que também estavam lá pois precisavam muito do dinheiro, muito diferente do meu caso, pois estava lá para aprender dessa vez. Como eu disse, era um estágio, e nessa altura da minha vida, eu havia decidido Cursar Turismo( Porque Turismo? Simples, como a melhor época de minha vida havia sido o Intercambio, deduzi então que eu deveria cursar algo que me possibilitasse viajar à outros países novamente, e no momento, pensei que isso seria suficiente para levar o curso, e não levei em consideração a identificação com o curso em si, mas eu explico isso daqui a pouco) .

2008 – Passei o primeiro semestre do ano trabalhando e cursando a faculdade a noite, acordava às 6 da manhã e voltava pra casa as 23:00 da noite. Foi uma época muito corrida, mas que aprendi muito, e aprendi também muito sobre humildade.

Em um hotel, cerca de ¼ dos empregados, são pessoas muito humildes, pois hotéis precisam de camareiras, jardineiros, faxineiros, enfim , certo dia estávamos almoçando, e um colega meu disse pra brincar comigo que eu era ‘Riquinho’ e coisas do tipo... Claro que eu não sou, mas entendo essa visão, pois eu estava fazendo faculdade já, e muitos de lá só concluíram o primeiro grau. Mas o importante foi a resposta que uma camareira deu, e foi ‘Não importa de onde o Caio vem, o importante é que na hora do nosso intervalo, ele senta e come com a gente na mesa’ ...
Após esse semestre corrido, tive um tempo de férias da faculdade e do trabalho em julho, e pude questionar minha felicidade, mas quando comecei a chegar perto de respostas, as aulas e o trabalho recomeçaram, e eu não tive mais tempo para pensar nisso.. Ah, sobre o pessoal da faculdade, também eram em sua maioria pessoas mais humildes, que precisavam trabalhar para poder pagar a faculdade, mas como sempre, haviam as exceções.

Chega então as férias de verão, e eu usei o tempo disponível para retomar as idéias das férias passadas, que não tiveram tempo para serem germinadas. Percebi então que eu não estava onde gostaria, e durante as férias, tive a oportunidade de sair com alguns amigos de infância, e eu pude perceber que nessa minha jornada na vida, eu convivi com pessoas de classe media socialmente preocupadas, pessoas mais humildes, pessoas de classe média que se preocupavam APENAS com o que eu considero banalidades, pessoas de classe média do mundo inteiro ( literalmente, pois caso vocês não saibam, o Canadá é um país muito cosmopolita ) , convivi também com pessoas muito humildes , porém trabalhadoras e muito especiais para mim, e que nesse ping-pong, eu pratiquei o que chamam de Mimetismo Social, e incorporei valores de todos os meios, mas acabei por não me identificar muito com nenhuma das ‘tribos’ . Então, devido ao meu encontro com os colegas do passado, percebi o óbvio... A Psicologia diz que a personalidade das pessoas é formada na infância, e então, me senti estranhamente em casa ao estar do lado dos amigos de infância. Havia então decidido o ‘meu lado’.

Graças aos amigos de antigamente, pude relembrar de fatos da infância. Cresci jurando que seria veterinário, mas felizmente percebi a tempo que eu não tinha a coragem necessária pra trabalhar com animais feridos e doentes, e que ver animais assim me deixava profundamente triste. Então lembrei do meu professor favorito, Felipe. Ele dava ( aliás, ainda dá eu acho ) aulas de português, mas antes de se formar em letras, ele cursou alguns anos de Psicologia, então ele incorporava vários conceitos psicológicos, vários fatores que nos permitiam entender o comportamento, e que era isso que eu amava nas aulas dele, a Psicologia.

Decidi então trancar a faculdade, e começar no cursinho esse ano, e com esforço e um pouco de sorte, passar em Psicologia no final de 2009, e cursar a faculdade em alguma outra cidade ( Para então poder aplicar o conceito da Psicologia Intercultural ... Meta-linguistico isso, né? )
Você leu até aqui? Estou lisonjeado! Hahaha! Mas falando sério, eu demorei 20 anos pra conseguir entender o que eu disse para vocês, e vocês tem tudo isso de mão beijada agora, muito injusto isso! Hahaha, brincadeira... Estou falando essas coisas agora porque pelo menos pra mim, o texto foi intenso, então acho que uma amenizada é bem vinda.

Agora que eu já mostrei quem eu sou metafisicamente falando, chega o momento da apresentação mais superficial.

Mais uma vez, meu nome é Caio, atualmente faço Cursinho e presto Psicologia no final do ano. Sou de Libra, nasci em Outubro, gosto de animais ( até os mais exóticos ) , ler, assistir filmes, acompanho LOST, Jogo Capoeira, Estudante e Praticante da Velha Religião, Sou a favor de Ayahuasca e coisas do tipo, AMO música ( Todas, desde que em seu momento, mas na minha intimidade, fico com MPB, Legião Urbana e o que chamam de ‘New Age’ – Músicas feitas hoje em dia mas forjada nos moldes Pagãos - ) , fico sobre a tênue linha entre o Moderno ( Adoro Ipod, Computador, Celular, etc ) e o Rústico ( Adoro mato, adoro natureza, acampar, etc ) ... Amo Praia ( especialmente desertas ) , Amo Montanha ( Especialmente as mais frias ) , e Amo o Campo ( especialmente quando tem trilhas, grutas, cachoeiras... )

Bom, acho que é isso basicamente pro primeiro post... Resumi meus últimos anos e contei o que achei pertinente para o momento... Ao decorrer da vida do blog, vou contando coisas do presente, e puxando ganchos com o passado se eu achar necessário.

Então, muito Prazer!

‘E mesmo sem Te Ver
Acho até que estou indo Bem
Só apareço por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou Quando Quero...

... Quero Que Saibas
Que me Lembro
Queria até Que Pudesses Me Ver
És parte Ainda do que Me Faz Forte
Pra Ser Honesto Só Um Pouquinho Infeliz
Mas Tudo Bem...’
( Trecho de ‘Giz’ – Legião Urbana )

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