segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vestibulares

Pois é, tá pra começar a leva de vestibulares de meio de ano, e pela primeira vez na vida eu vou prestar um vestibular 'de verdade'...
Eu acho esse nosso sistema um pouco falho... Quero dizer, é muito difícil entrar na minha cabeça que eu tenho que me matar pra entender matemática e coisas do tipo, só pra fazer uma prova e aí sim estudar assuntos que me interessam....
O pior é saber que a gente perde um ano precioso, só pra fazer uma prova... Eu sei que os anos de faculdade devem compensar o esforço feito, mas mesmo assim, continua um pouco contraditório para mim, afinal a qualquer momento alguma coisa pode acontecer com a gente, e eu sinceramente não estou em um lugar onde me sinto feliz em estar...
Enfim, o vestibular também tem um outro peso nas nossas vidas, afinal é uma época que quase todos passam, e eu acredito que para entender alguma sociedade ou coisa do tipo, você tem que vivenciá-la.
Ele também funciona como uma espécie de marco... Isso fica evidente quando eu penso nos meus amigos antes e depois de ter entrado numa faculdade... 
Infelizmente ( para mim ), tenho um certo desapego a essas coisas esperadas pela sociedade, quero dizer,  esses dias atrás eu estava assistindo a fita ( VHS... nossa...) da minha formatura da oitava série, e eu me lembro que no dia, aquilo não me atraia nem um pouco... Depois de assistir a fita, pensei 'Nossa, formatura é muito brega!'... Acho um rito muito desnecessário, pois é cheio de frescurinhas, e isso corta um pouco a espontaneidade da celebração...
Meu medo é em alguns anos, pensar no vestibular, e sentir algo parecido com esse arrependimento....
Claro que a gente sempre tem um plano B na manga, e recentemente tenho pensado muito sobre voltar ao Canadá, mas dessa vez para poder trabalhar.
Tenho amigos que continuaram ou foram para lá,  e estes trabalham 5 horas por dia de segunda a quinta, e ganham cerca de mil dóllares... Acredito que se não fosse pela minha vontade de aprender sobre Psicologia, que eu teria voltado pro Canadá há muito tempo.

Anyways, voltando aos vestibulares, eu me inscrevi no vestibular de inverno da UEM... Meu irmão mora em Maringá e frequenta a universidade que eu vou tentar... Ele morre de amores pela cidade, pela faculdade....Vamos ver que que vira 
O post foi bem pessoal hoje, mas devido as minhas prioridades, passar noites em claro pensando tá cada vez mais raro ( a parte do pensar pelo menos, porque a insônia não me abandona, mas é um bom horário pra estudar, pensando no lado bom... )...
Boa semana!
Caio

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Boa Noite!
Semana passada assisti Vicky Cristina Barcelona, um filme novo com a Penélope Cruz e um outro cara que eu gosto, mas não lembro o nome.
Pra não estragar a curiosidade de quem quiser assistir, eu não vou falar muito do filme, só comentarei de como ele começa, pra servir de introdução mesmo.
Basicamente Vicky e Cristina são duas amigas, uma é noiva, toda cheia de regras, e a outra é mais impulsiva, romântica,  e elas decidem passar o verão na Espanha.

Assistindo o filme, comecei a pensar sobre esse padrão de personalidade, e sabe aquele papo de que a arte imita a vida? Acho que o filme conseguiu expressar muito bem essa dualidade de comportamentos.
Existem pessoas que tem uma vida regrada, que busca uma estabilidade a todo custo, e tem medo de inovar, por isso estão com 30 anos, trabalhando no mesmo lugar há um bom tempo, e morando com os pais ainda, ao passo que também existem pessoas que são verdadeiras bolinhas de ping-pong, que não ficam em só um lugar, e tem essa ânsia para conhecer lugares e pessoas diferentes.
Eu, particularmente, acredito que faço parte do segundo grupo, afinal nos últimos 4 anos, morei em outro país, tive 3 empregos, e frequentei 4 escolas.
Independente de qual estilo de pessoa você se considera, o fato é que todos nós buscamos a felicidade,  mas como tudo na vida é baseado em escolhas, estas implicam em oportunidades renunciadas que, eventualmente, podem nos atormentar.
Eu cheguei a conclusão que a felicidade que buscamos, não é algo que exista de fato, felizmente ou infelizmente.
Nesses últimos anos, todas essas mudanças em minha vida só aconteceram porque não encontrei lugar algum que suprisse a necessidade do novo, quero dizer, todo mundo que tem um perfil como esse, no fundo procura conhecer algum lugar/pessoas, e de certa forma se estabilizar, e sabe porque o 'nosso ideal' é esse? Porque nós vemos pessoas do primeiro grupo, parecendo ser muito feliz tendo a vida estável, com família, casa, etc.
O Contraditório se dá na medida que essas outras pessoas também almejam características do grupo oposto.
Pra tentar ilustrar, todo mundo tem aquele amigo/amiga que namoram um bom tempo, mesmo depois dos sentimentos terem acabado, pois estes tem medo da mudança, continuam com a pessoa por conta de um certo comodismo, e 'se fantasiam' tendo a coragem de largar tudo, mas sabem que não vão conseguir.
Resumindo a ópera, acho que isso tudo cai no dito popular de que 'A grama é sempre mais verde no vizinho', ou seja lá como for o ditado.
Pessoas acomodadas sonham com uma vida mais cheia de aventura, pois conseguem ver a felicidade dos aventureiros, mas não percebem que os aventureiros só são assim pois buscam encontrar um dia,  um lugar especial e se acomodar, pois também conseguem ver a felicidade dos 'estabilizados' , mas também não vemos os dramas meta-físicos que ser estável implica, como por exemplo a vida pré determinada.

Esse é um assunto complexo, e não sei se consegui me expressar como gostaria, mas o pensamento é que você busca ser algo diferente do que realmente é, e isso que você busca é basicamente um estilo de vida de pessoas que fantasiam ser como você. Talvez porque dessa maneira você valorizaria mais sua própria natureza, mas enfim, essa felicidade é só um ideal que você tem, porque na verdade, ela não existe (Não dessa forma pelo menos). Acredito que o que podemos concluir então é que a felicidade real seria estar bem com sua natureza, e aceitar se você é um pé no chão ou um aventureiro.

Bom, é isso. Esse foi um dos posts mais difíceis de escrever, pois ainda não tive muito tempo de colocar nas palavras certas, todos os pensamentos que tenho a respeito disso.
Bom final de semana à todos.
Caio

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Cigarro

Boa Noite!
Constantemente eu penso sobre pequenas coisas do cotidiano, e tento transportar os conceitos disso para situações mais amplas, como se fosse um passa-tempo filosófico.

Hoje ocorreu um fato em peculiar que despertou meu interesse.
Eu estava saindo da aula com uma amiga minha, e ela resolveu comprar um maço de cigarros no caminho para o shopping.
Depois de alguns minutos de bronzeamento de pulmão, tivemos um diálogo mais ou menos assim:

- Ah Caio, eu fui burra, não sei porque eu comprei os cigarros, acho que foi mais por impulso, tipo um 'olho maior que a barriga'
( E nisso ela continuou fumando )

Então eu disse:
- Me desculpa, mas acho que burra você está sendo agora, porque mesmo depois de constatar que não está com vontade de fumar, você continua...

Eis que surge a clássica resposta:
- Mas é só porque eu já paguei mesmo...

Então o 'super sincero' me dominou:
- Você também pagou o cursinho, no entanto mata aula direto...

A questão é que nos colocamos em cheque com uma frequência que se for corretamente analisada, veremos que é espantosa.
Pagamos por muitas coisas com impostos e coisas do gênero, no entanto não exigimos nossos direitos, ao passo que em coisas pequenas, coisas mais 'materiais', nos tornamos verdadeiros defensores do suor de nosso rosto...

Um professor  levantou uma questão interessante, sobre o 'Direito de ter Direitos e o Dever de ter Deveres' , e eu acredito que a situação esbarra por essa temática, quer dizer, tudo bem foi só um cigarro, o pulmão é dela, o dinheiro também e ela fuma se quiser, gostando ou não, mas trazendo a questão para outros setores, fica muito claro que ficamos esperando que nossos direitos sejam respeitados, mas esquecemos do nosso dever em solicita-los.

Eu queria entender qual é a linha entre as duas situações, queria entender o que leva uma dona de casa a gritar no supermercado com o atendente pelo preço do feijão, e o que leva a mesma pessoa a não reclamar diretamente na fonte do problema.
Me recuso a pensar que seja uma questão geográfica, quero dizer, me recuso a pensar que ela não reclama com os políticos por morar longe de Brasília ou coisa do tipo.
Será medo da hierarquia? Comodismo? 
Não faz sentido na minha cabeça...
Ah, eu tenho certeza que meus comportamentos também são contraditórios, mas por estar no olho do furacão, é difícil percebe-los.
E eu também não sou chato de plantão do tipo 'Eaí Caio, tudo Bem?' 'Depende, em que seu conceito de bem se baseia?' Ahahah, meus pensamentos mais filosóficos prefiro guardar comigo, e dividir com vocês depois, afinal se não concordarem, é só parar de ler :)
Boa Páscoa aos cristãos, e boa sorte com os chocolates à todos!


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Facebook

O Post de hoje é relacionado com o site de relacionamentos norte-americano, em outras palavras, o orkut dos gringos.
Dentre todas as características dos brasileiros, uma em particular chama minha atenção, e é a admiração que temos por tudo que é estrangeiro.
Se um turista americano vem ao Brasil, nossos nativos se desdobram para tentar falar em inglês, mas a reciproca não é verdadeira.

Com o Facebook ganhando cada vez mais usuários, o Brasil começou a adotar o site também.
Eis que surge um fenômeno interessante... Quando eu fiz meu perfil no Facebook, eu estava morando no Canadá, e a moda lá já era forte, portanto eu tenho praticamente todo mundo que estudou comigo no intercâmbio, como amigo nesse portal de relacionamento.
Agora, todos os dias praticamente, surge algum conhecido meu no Facebook, me adicionando como amigo, e isso me parece estranho, pois são pessoas que eu não conheço muito bem, e nem ao menos as tenho no Orkut.
Minha conclusão para o fenômeno é que essas pessoas me adicionam apenas por eu ter um profile com 300 'amigos', então acabo virando algo como uma vitrine no facebook alheio.

No começo o orkut também era assim,você adicionava pessoas pra fazer volume ( a maioria ainda faz isso ), e sei lá, isso simplesmente não me parece certo...
Lógico que não vou começar uma discussão filosófica com cada um que me adicionar, perguntando coisas como 'Me dê um bom motivo pra te adicionar' , até porque não me sinto na posição de julgar isso, mas de qualquer jeito, me sinto estranho...
Queria saber porque essas pessoas me adicionam no facebook como amigos, se eu tenho a certeza que se nos cruzássemos na rua um dia, a pessoa provavelmente não iria lembrar da minha cara, e mesmo se lembrasse, provavelmente iria fingir que não.

Vai saber ...
Bom final de semana!