sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Boa Noite!
Semana passada assisti Vicky Cristina Barcelona, um filme novo com a Penélope Cruz e um outro cara que eu gosto, mas não lembro o nome.
Pra não estragar a curiosidade de quem quiser assistir, eu não vou falar muito do filme, só comentarei de como ele começa, pra servir de introdução mesmo.
Basicamente Vicky e Cristina são duas amigas, uma é noiva, toda cheia de regras, e a outra é mais impulsiva, romântica,  e elas decidem passar o verão na Espanha.

Assistindo o filme, comecei a pensar sobre esse padrão de personalidade, e sabe aquele papo de que a arte imita a vida? Acho que o filme conseguiu expressar muito bem essa dualidade de comportamentos.
Existem pessoas que tem uma vida regrada, que busca uma estabilidade a todo custo, e tem medo de inovar, por isso estão com 30 anos, trabalhando no mesmo lugar há um bom tempo, e morando com os pais ainda, ao passo que também existem pessoas que são verdadeiras bolinhas de ping-pong, que não ficam em só um lugar, e tem essa ânsia para conhecer lugares e pessoas diferentes.
Eu, particularmente, acredito que faço parte do segundo grupo, afinal nos últimos 4 anos, morei em outro país, tive 3 empregos, e frequentei 4 escolas.
Independente de qual estilo de pessoa você se considera, o fato é que todos nós buscamos a felicidade,  mas como tudo na vida é baseado em escolhas, estas implicam em oportunidades renunciadas que, eventualmente, podem nos atormentar.
Eu cheguei a conclusão que a felicidade que buscamos, não é algo que exista de fato, felizmente ou infelizmente.
Nesses últimos anos, todas essas mudanças em minha vida só aconteceram porque não encontrei lugar algum que suprisse a necessidade do novo, quero dizer, todo mundo que tem um perfil como esse, no fundo procura conhecer algum lugar/pessoas, e de certa forma se estabilizar, e sabe porque o 'nosso ideal' é esse? Porque nós vemos pessoas do primeiro grupo, parecendo ser muito feliz tendo a vida estável, com família, casa, etc.
O Contraditório se dá na medida que essas outras pessoas também almejam características do grupo oposto.
Pra tentar ilustrar, todo mundo tem aquele amigo/amiga que namoram um bom tempo, mesmo depois dos sentimentos terem acabado, pois estes tem medo da mudança, continuam com a pessoa por conta de um certo comodismo, e 'se fantasiam' tendo a coragem de largar tudo, mas sabem que não vão conseguir.
Resumindo a ópera, acho que isso tudo cai no dito popular de que 'A grama é sempre mais verde no vizinho', ou seja lá como for o ditado.
Pessoas acomodadas sonham com uma vida mais cheia de aventura, pois conseguem ver a felicidade dos aventureiros, mas não percebem que os aventureiros só são assim pois buscam encontrar um dia,  um lugar especial e se acomodar, pois também conseguem ver a felicidade dos 'estabilizados' , mas também não vemos os dramas meta-físicos que ser estável implica, como por exemplo a vida pré determinada.

Esse é um assunto complexo, e não sei se consegui me expressar como gostaria, mas o pensamento é que você busca ser algo diferente do que realmente é, e isso que você busca é basicamente um estilo de vida de pessoas que fantasiam ser como você. Talvez porque dessa maneira você valorizaria mais sua própria natureza, mas enfim, essa felicidade é só um ideal que você tem, porque na verdade, ela não existe (Não dessa forma pelo menos). Acredito que o que podemos concluir então é que a felicidade real seria estar bem com sua natureza, e aceitar se você é um pé no chão ou um aventureiro.

Bom, é isso. Esse foi um dos posts mais difíceis de escrever, pois ainda não tive muito tempo de colocar nas palavras certas, todos os pensamentos que tenho a respeito disso.
Bom final de semana à todos.
Caio

2 comentários:

  1. Oi Caio,
    o meu maior problema em fazer comentários é que eles acabam se tornando um post, por essa razão demandam o mesmo tempo e raciocínio :-)
    Gosto de comentar aqui porque seus temas sempre são interessantes e inteligentes. Também é muito bom (e raro), ler quem escreve corretamente.
    Este seu post tem uma certa ligação com um que abordei outro dia, sobre escolhas.
    Bom, uma coisa, quando fazemos escolhas não estamos apenas escolhendo o que vamos ganhar, com certeza estamos escolhendo também perdas, só que ninguém pensa muito nisso. Se escolho isso, desescolho aquilo, sempre é por aí.
    Sobre os tipos de pessoas, não concordo exatamente com o que você diz. Realmente existem aquelas mais acomodadas, e existem as mais inquietas. Que a grama do vizinho é sempre mais verde, é tão certo quanto a galinha do vizinho ser sempre mais gorda, o que não quer dizer que a inquietação do inquieto significa uma busca pela estabilidade. Muitos não buscam isso, e falo inclusive por mim. Talvez você também ainda vá se descobrir assim, ou talvez com o tempo você se acomode, vai saber.
    Bom, por mais barango que seja, acho que poucas teorias definem tão bem a busca da felicidade quanto uma música do Odair José: "Felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes". É fato, todos querem ser felizes, mas ninguém é feliz o tempo todo. A tristeza, a depressão, a angustia, a insatisfação e mais um monte de coisas, tudo isso faz parte da dinâmica da vida. Acho que o que varia são as doses de cada coisa presente na vida de cada pessoa, bem como a forma com que cada um lida com isso.
    É, também escolhas e planos são pura diversão, porque na verdade, como disse lá no meu blog, ninguém sabe de nada e nem mesmo sabe o que é melhor prá si. A gente se diverte fazendo escolhas enquanto a nossa existencia vai seguindo seu rumo.
    Sempre bom estar com você. Espero que a insonia te dê trégua e que você tenha uma ótima semana.
    Abração!

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  2. eu gostei do post, porque gosto do tema. acho que a maioria das pessoas esta buscando estabilidade. sabe, eu vejo isso no fim da faculdade quando todo mundo procura um estagio desesperadamente e faz coisas assim enquanto eu vou levando a minha vidinha. eu acho que sou do tipo aventureiro, quero sair, viajar, conhecer, e depois parar no porto que o coração mandar. e é isso que eu acho que tem gente que esquece, que deve-se parar, deve-se fincar o pé no chão em algum lugar que a gente possa chamar de lar, de nosso, de terra para os nossos. e a felicidade acho que é buscar isso, mais coisas para conhecer, mais pessoas, mais lugares e aquela pessoa e aquele lugar top. beijo*

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